09/06/2009

Os personagens são mais reais que nós mesmos.


"Manuel Bandeira chegou pra mim um dia, quando eu e meus personagens éramos odiados, e disse:' Nelson, por que você não faz uma peça em que os personagens sejam assim como todo mundo?' Eu respondi da forma mais singela: 'Mas meu caro Bandeira, meus personagens são como todo mundo.' Porque uma coisa é verdade: quem metia ou mete o pau no meu teatro está procedendo como um Narciso às avessas, cuspindo na própria imagem." 
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Nelson nos apresentou seus personagens, muitas vezes, no limite da "loucura", cujo abandono de uma habitual máscara social podia repentinamente dar lugar à uma "sinceridade insana", conforme eram testados pelas circunstâncias. Retratou a vida como ela era, despertando a ira dos (segundo ele) mais pervertidos, que se viam nus e desprotegidos ante milhões de olhos do mundo. Em suas palavras:
"... os realmente virtuosos, gente honesta pra burro, esses é que gostavam das minhas peças. Falavam comigo, adoravam o texto... Mas as depravadas tinham um santo horror. Isso aprendi com o meu teatro."
 

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Colorido, só no teatro!

Imoral era Nelson ou a vida que ele teve o des/prazer de observar pelo buraco da fechadura? A vida como ela é, com ou sem aspas, foi conh...